O
ILUMINISMO
O século XVIII é também chamado de Século das Luzes. A
origem de todo esse movimento de nome iluminismo começou na França. Esse termo
iluminismo está relacionado com esclarecimento, porque os iluministas, os
homens da sociedade do antigo regime viviam nas “trevas da ignorância”. Para os
iluministas, o homem é produto do meio em que vive da sociedade e da educação.
No antigo regime, a educação estava sob o controle da
igreja. Isto não era bem visto pelos novos pensadores, os iluministas, pois
para eles a igreja ensinava uma filosofia arcaica. Isto tornava a sociedade
ignorante, fanática e submissa. Por isso a educação precisava ser mudada, a
razão, ou melhor, a capacidade de pensar por si próprio, deveria ficar a frente
na educação.
Este século, mostrou uma nova maneira de pensar. O
objetivo desses filósofos era a busca da felicidade. Eles eram contra a
injustiça, intolerância religiosa e a concentração de privilégios nas mãos de
poucos (ricos e poderosos).
Para os iluministas a razão era importante para os
estudos dos fenômenos naturais e sociais. De certa forma eles eram Deístas, ou
seja, acreditavam em Deus, mas que este Deus agiria indiretamente nos homens,
através das leis naturais. Com isso em mente, a própria pessoa pode
descobrir-se dentro da razão.
Na natureza as pessoas seriam boas, os problemas, as
desigualdades sociais foram colocadas e provocadas pelo próprio homem, de
acordo com a organização da sociedade. Para concertar essa situação teria de
mudar totalmente a sociedade. Para estabelecer a garantia dos direitos naturais
da pessoa, como a liberdade e a livre posse de bens.
O QUE O
ILUMINISMO COMBATIA:
A nova mentalidade burguesa, expressa pelos princípios
iluministas, chocava-se com o Antigo Regime. Assim, o Iluminismo combatia:
O Absolutismo
Monárquico: porque protegia a nobreza e mantinha seus
privilégios. O absolutismo era considerado injusto por impedir a participação
da burguesia nas decisões políticas, inviabilizando a realização de suas
ideias;
O Mercantilismo:
porque a intervenção do Estado na vida econômica era considerada prejudicial ao
individualismo burguês, à livre iniciativa e ao desenvolvimento espontâneo do
capitalismo;
A autonomia
intelectual: defendia pelo individualismo e pelo
racionalismo burguês. Assim, à burguesia não interessava apenas a religião. Ela
desejava o avanço da ciência e das técnicas, que favoreciam aos transportes, as
comunicações, a medicina, etc.
O QUE O
ILUMINISMO DEFENDIA:
Segundo o sociólogo Lucien Goldman, os princípios do
Iluminismo estão relacionados ao comércio, uma das principais atividades
econômicas da burguesia. Assim, o Iluminismo defendia:
Igualdade:
no comércio, isto é, no ato de compra e venda, todas as eventuais desigualdades
sociais entre compradores e vendedores não tinham importância. Na compra e
venda, o que importava era a igualdade jurídica dos participantes do ato
comercial. Por isso, os iluministas defendiam que todos deveriam ser iguais
perante a lei. Ninguém teria, então, privilégios de nascença, como os da
nobreza. Entretanto, a igualdade jurídica não significava igualdade econômica.
No plano econômico, a maioria dos iluministas acreditava que a desigualdade
correspondia à ordem natural das coisas.
Tolerância
religiosa ou filosófica: na realização do ato comercial, não
importavam as convicções religiosas ou filosóficas dos participantes do
negócio. Do ponto de vista econômico, a burguesia compreendeu que seria
irracional excluir compradores ou vendedores em função de suas crenças ou
convicções pessoais. Fosse mulçumano, judeu, cristão ou ateu, a capacidade
econômica das pessoas definia-se pelo ter e não pelo ser.
Liberdade pessoal
e social: a atividade comercial burguesa só poderia
desenvolver-se numa economia de mercado, ou seja, era preciso que existisse o
livre jogo da oferta e da procura. Por isso, a burguesia se opôs à escravidão
humana e passou a defender uma sociedade livre. Afinal sem trabalhadores
livres, que recebessem salários, não podia haver mercado comercial.
Propriedade
privada: comércio só era possível entre os
proprietários de bens ou de dinheiro. O proprietário podia comprar ou vender
porque tinha o direito de usar e dispor livremente de seus bens. Assim, a
burguesia defendia o direito à propriedade privada, que característica
essencial da sociedade capitalista.
OS PENSADORES
Estes
pensadores eram divididos em duas classes: os filósofos, com mente voltada para
os problemas políticos; e os economistas, que estavam voltados para o lado
financeiro, com intenções de aumentar a riqueza da nação.
Os representantes mais destacados dos filósofos foram:
Charles de Secondat, Barão de Montesquieu; François Marie Arouet (Voltaire),
Jean Jacques Rousseau e Denis Diderot.
MONTESQUIEU
(1689-1755): Sua obra de destaque, Do Espírito das Leis,
de 1748, defendia a separação e ao mesmo tempo a igualdade entre os poderes
executivo, legislativo e judiciário. Além disso, publicou em 1721 As Cartas
Persas, que usava do ridículo para certos costumes da sociedade europeia.
VOLTAIRE
(1694-1798): Não era partidário das ideias da igreja.
Foi o mais destacado dos iluministas. Irônico e crítico mordaz, também foi um
bom escritor. Com tantas críticas, Voltaire foi perseguido e, inúmeras vezes,
mandado par o exílio. Publicou Cartas Inglesas, na Inglaterra, esta obra
critica o Absolutismo e elogia a liberdade do país. Sua influência foi forte na
época e espalhou-se por toda Europa, inclusive alguns governantes foram adeptos
de suas ideias, como Catarina II da Rússia, e Frederico II da Prússia.
JEAN JACQUES
ROUSSEAU (1712-1778): Esse italiano da cidade de Genebra,
de vida simples, era contra o estilo de vida luxuoso e mundano. Ele fugiu
diversas vezes por causa da perseguição às suas ideias. Uma de suas obras: Discurso
sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens (1755). Nesta
obra, ele defende a tese da bondade natural da pessoa, que é deturpada pela
civilização. Ele também defende uma vida familiar simples, com uma sociedade
baseada na justiça e igualdade. Outro texto famoso foi O Contrato Social,
baseado na teoria da Vontade Geral, referida ao povo.
DENIS DIDEROT: Este
foi quem organizou a Enciclopédia, publicada em 1771/1772. Foi ajudado pelo
matemático Jean Le Rond D’hembert e outros. Seu objetivo principal era a
reunião do conhecimento em uma única publicação. É claro que uma obra que
divulgava ideias iluministas era proibida.
O LIBERALISMO ECONÔMICO
Os economistas defendiam uma economia que não deveria
ser controlada pelo Estado. O Estado talvez só interferiria se fosse para
garantir seu livre caminhar e o desenvolvimento da economia. Isso dá origem aos
fisiocratas (do grego, governo da natureza).
Suas ideias eram basicamente: as leis econômicas de um
país eram como leis naturais que durariam para sempre e eram independentes da
vontade do homem. Outra ideia base era que a economia deveria fluir livremente,
sem interferência do Estado. Alguns economistas de destaque foram:
FRANÇOIS QUESNAY,
médico na corte de Luís XV, foi colaborador da Enciclopédia, uma atividade de
importância para ele era a agricultura.
VICENT GOURNAY,
tinha ideias liberais para o comércio e a indústria. Sua frase consagrada foi:
deixe fazer, deixe passar.
ADAM SMITH,
aluno de Gournay, este escocês, foi um pouco diferente dos fisiocratas. Ele
criou novas teses, o Liberalismo Econômico. Sua obra de destaque foi: A Riqueza
das Nações, em 1766. Nesta obra ele enfatiza como verdadeira fonte de riqueza o
trabalho livre, sem nenhuma intervenção exterior.
DESPOTISMO
ESCLARECIDO
Essas ideias iluministas influenciaram alguns
governantes, que logo passaram a praticar essas teorias, mas com um tom
soberano, ou seja, procuravam governar com a razão e com os interesses do povo,
mas com um toque de absolutismo real.
Essa união de princípios filosóficos e poder real deu
origem ao Despotismo Esclarecido.
Seus principais adeptos foram:
Frederico II da
Prússia - discípulo de Voltaire - deu liberdade
religiosa, investiu na educação para o ensino básico e na liberdade de
expressão. Estimulou a economia, com medidas protecionistas, isto quer dizer, a
Prússia permaneceu um estado feudal, com servos sujeitos aos seus senhores.
Na Rússia,
Catarina II, teve contato com os iluministas
franceses, entre eles, Voltaire. Também deu liberdade religiosa ao povo e fez
mudanças de hábitos na alta sociedade. Claro que os servos tiveram prejuízos,
pois o poder dos senhores aumentou, com direito até mesmo sobre a vida dos
servos.
José II
- na Áustria, ele aboliu a servidão no país, concedeu igualdade entre todos,
até em sua administração imperial, deu liberdade de culto a todos.
Em Portugal, o
Marquês de Pombal, fez importantes reformas baseadas
no iluminismo. Houve mais desenvolvimento no país. A agricultura foi
estimulada. A nobreza foi perseguida para fortalecer o poder real e os jesuítas
foram ”incentivados” para não dizer, expulsos de Portugal.
O espanhol –
Anistro Aranda - fez diversas reformas no comércio, na
indústria e na sua administração. Onde criou os intendentes, que fortaleceram o
poder real de Carlos III.
FONTES ADAPTADAS:
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historia026.asp
http://www.algosobre.com.br/historia/iluminismo-a-critica-ao-antigo-regime.html
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